Duvidei de nós dois algumas vezes
Por segundos perdidos de loucura
Que ninguém vive, amor, nessa lonjura
Sem ter pranto e saudade por fregueses.
E foi ao longo dos quase doze meses
Que essa pena cruel fez-se mais dura
Pela tinta cinzenta, e mais escura,
De palavras mordazes, descorteses.
Nos borrões do meu quadro de tristeza
Me arrependo somente da certeza
Que sentia em meu peito sem falar
Hoje peço perdão da minha dor
Que antes fosse inventado o nosso amor
Do que ser verdadeiro e eu duvidar.
Pedro Torres