Quando a saudade lateja
No peito de um penitente
Bate forte e renitente
Nada dá jeito a peleja...
Que quando o olhar mareja
Nada lhe devolve a paz
Nesses dias desiguais
Não tem outro mecanismo
Cachaça no organismo
É necessário demais
Até mesmo o ateu profundo
Sentindo a dor da saudade
Parece que a fé lhe invade
Vira o maior fiel do mundo
Seu coração vagabundo
Que outro culto não faz
Sentindo-se ineficaz
Se acaba seu ceticismo
Cachaça no organismo
É necessário demais
Pedro Torres
Mote: Poeta Manoel Filó