É imensa, é gigante, e eu não queria
Sentir nem um tanto do que sinto
Da saudade do beijo do absinto
Que me davas com toda fantasia
Passam horas e horas, passa o dia
Meu querer, de querer-te inda faminto
Não se farta em ausência ou teoria
Nem das chamas de um fogo já extinto
Pela tênue e lúgubre luz de vela
Vejo vultos passarem na janela
Da lembrança a causar-me mil assombros
Na garganta um grito já quase rouco
Cada dia que passa aumentando um pouco
Da saudade que pesa nos meus ombros
Pedro Torres