Que percebas em um Raio de Sol inesperado
Que atravesse as frestas de uma janela
E cruzem o ambiente...
Sente as partículas suspensas no ar?
São restos de ti, da poeira que somos...
Não sou o centro do universo, não somos.
Na nossa insignificância, somos iguais,
Como estas partículas bailando no ar...
São partes de nós, de hoje e de ontem,
E há partes de mim, de ti, e de tudo lá.
Sopra-as e não se desfazem, alimenta-as de ti...
Que venhas, pois, quão Raio de Sol na manhã clara,
Ou à tardinha, mas não tarda.
Tens minha honra e meu respeito, eu zelo,
Quero tua força restabelecida, a que vi.
Conheço a tuas essência sagrada, está intacta,
Te ofenderam à carta, do lacre íntimo, na pele,
Rasgaram-te, estás rasgada, e sangrando...
Oferta-me a tua lágrima verdadeira,
Derramada, de amor. Quente.
E eu te amo ainda... E terno, e bom.
Ainda naquela festa, estavas toda sorrisos...
Lembra-te do olhar amigo que te investigara?
Não havias de esconder... Porque apenas tu não percebes?
E se vim à prosa, e aqui compreendeste,
Pois que compreendas que não vi tua prosa,
E te compreenderia melhor em prosa,
Do que em teu Poesia, eu quis te dizer...
Pedro Torres