No mote do poeta Carlos Aires, proseando com o poeta Cicinho Moura nós fizemos
O balanço no pé de umbuzeiro
O guidão da primeira bicicleta
Vez primeira que eu ouvi: Poeta!
São lembranças que trago do terreiro
E no caule do pé do juazeiro
Tem a data gravada na adaga
Que a resina do tempo fez a chaga
Testemunha do tempo de bonança
São detalhes de quando eu fui criança
Que a borracha do tempo não apaga
Pedro Torres
Minha infância passou que eu nem vi
Quando menos pensei,já era adulto
Viajou mais veloz do que um vulto
Pois o tempo é ingrato eu percebi.
Sinto falta de coisas que vivi
E lamento que o tempo não me traga
Já tem outro moleque em minha vaga
A brincar perturbando a vizinhança
São detalhes de quando eu fui criança
Que a borracha do tempo não apaga!
Cicinho Moura
Bons momentos vividos na infância
A correr e a brincar junto aos guris
Peripécias dos tempos infantis
Estão quase perdidas na distância
Lembro bem da beleza e da fragrância
De uma flor que no campo se propaga
Quando o sopro da brisa vem, lhe afaga.
Chega o caule tremula e se balança
São detalhes de quando fui criança
Que borracha do tempo não apaga!
Carlos Aires