Dá-me uma folha de papel em branco,
Quero escrever-te o soneto!
Não, não é o melhor verso que arranco
Ou escrevo com o tinteiro preto!
Vem! Falar-te-ei algo antigo, quase obsoleto
Da valsa interrompida no solavanco
Da vida desprendida em um barranco
Da nossa dança prometida no coreto...
Que fique bem claro: todo meu encanto!
Todo o descontentamento; o meu pranto
Toda tua ausência, toda a dor.
Todas as juras, nosso sentimento
Remanescidas daquele momento
Rabiscadas em um soneto de amor
Pedro Torres