Vê-se a relva cheirosa
Numa manhã cristalina
Quando a santa neblina
Dorme no colo da rosa.
Depois da noite chuvosa
O sol abre o seu clarão
Enquanto na vastidão
Um beija-flor se deleita
Um arco-íris se deita
Na paisagem do sertão.
Num colorido de luz
De aspergidos azuis
Em uma tarde gelada
E depois de iluminada
Cumprindo sua missão
A nuvem toca no chão
Cai na luz, e se enfeita
Um arco-íris se deita
Na paisagem do sertão.
Uma pintura divina
O sol pinta uma neblina
Colorindo a tarde morna
O nhabú dorme a madorna
Sob o mais santo bulcão
Mas, depois de um carão
Ter dado início a 'peleita'
Um arco-íris se deita
Na paisagem do sertão.
Pedro Torres