agora que derramo o meu pranto
eu de nada lamento.
não há culpa em bem querer
não há culpados.
e que tão boa seria a culpa
de haver-se no amor quedados
Ah! Deus meu, manda-me a tua fúria silenciosa
Ameniza a dor que sinto, imensamente.
Mas, Senhor, se for da vontade tua
Que doa mais, que doa infinitamente.
Senhor dos meus dias, dá-me sabor
Dá-me alento. Sê generoso com teu filho que pede.
Alerta-me, acorda-me.
E me tiras daqui se porventura quiseres.
que não seja o meu querer, jamais
mas que seja o Teu querer infindo.
Que me acordes de um sonho lindo
mas que se façam as tuas promessas
Que acorde, pois, em Teu amor.
Perdoa-me tanto alvoroço.
Não sinto pena de mim, mas do meu dia findo.
Temo a tua ira, Senhor dos dias meus.
Sê meu guardião. Ilumina-me serenamente.
Não me reveles se me orientares.
Ainda que parta na direção contrária.
E que meu coração preso a algo terreno
Também se parta, ou que algo dele se arranque.
Se queres de mim um pedaço, saibas.
Tens de mim todo o meu ser.
Se a mim a alguém ofertei.
Em mim iria tu que És.
te fiz uma prece.
Pedro Torres