Rasguem as nossas cartas de amor
As juras todas que nós dois trocamos
Os abraços todos que abraçamos
Tragam pro nosso peito toda a dor
Esvaziem-nos dos sonhos que sonhamos
Façam tudo com zelo e com primor
Não deixem vestígios desumanos
Como folhas sem pétalas de flor...
Removam-nos do cheiro que sentimos
Todos os risos que nós dois sorrimos
Não deixem nada em nós que nos aqueça
Matem-nos de vazio, e frio e solidão
Extirpem de nós dois o coração
Nada fará com que a gente se esqueça.
Pedro Torres