Me veio à mente esse mote, não tenho certeza de o ter criado. Penso que seja um daqueles versos que ficam vagando no ar, ou na memória.
Voei como um passarinho
Por entre relvas cheirosas
Sentindo o cheiro das rosas
Sem querer voltar pro ninho
Mas, me perdi no caminho
Desse lugar diferente
Que o destino é indulgente
E não perdoa a quem erra
Vou voltar pra minha terra
Que eu lá me sinto gente
Passei por terras distantes
Lugares ermos, sombrios
Senti abalos, calafrios
Conheci outras vazantes
Nos meus voos delirantes
Cruzei rios, vi enchente,
Mas, deixei uma semente
Lançada num pé de serra
Vou voltar pra minha terra
Que lá eu me sinto gente
Também conheci amores
Voando em campos risonhos
Eram florestas de sonhos
Com plantas de todas cores
Mas, depois senti as dores
De uma saudade imprudente
Dessas tão inconsequentes
Que só um coração desterra
Vou voltar pra minha terra
Que eu lá me sinto gente
Vi tantas garbosas flores
Quando arrebentava o dia
Enquanto voava eu sentia
Faziam festas de odores
Mas, perdi todos sabores
Nesse meu voar plangente
Como o passeio pungente
Que de repente se encerra
Vou voltar pra minha terra
Que eu lá me sinto gente
Pedro Torres
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
nadinha
sem ter você
sem te conhecer
sem o teu olhar
sem tua pele
sem tua boca
sem teu sorriso
sem teu querer
sem teu carinho
sem o teu calor
sem teu sabor
sem tua magia
sem teu amor
sem teu ardor
sem alegria
sem ter cansaço
do teu abraço
sem o teu beijo
sem teu desejo
sem sentir medo
sem ser segredo,
eu nada seria.
Pedro Torres
sem te conhecer
sem o teu olhar
sem tua pele
sem tua boca
sem teu sorriso
sem teu querer
sem teu carinho
sem o teu calor
sem teu sabor
sem tua magia
sem teu amor
sem teu ardor
sem alegria
sem ter cansaço
do teu abraço
sem o teu beijo
sem teu desejo
sem sentir medo
sem ser segredo,
eu nada seria.
Pedro Torres
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Signos
Sob as estrelas do céu infinito
Quando me olhas eu me sinto exposto
Às luzes lindas que saltam do teu rosto
E tudo parece, mais vivo e bonito
Brota do peito, uma música, um grito
Não que não queira, não que não possa
Seremos o samba, faremos a bossa,
Assim, nunca mais nos sentiremos sós
E se os astros depuserem contra nós
A gente faz uma constelação só nossa.
Pedro Torres
Quando me olhas eu me sinto exposto
Às luzes lindas que saltam do teu rosto
E tudo parece, mais vivo e bonito
Brota do peito, uma música, um grito
Não que não queira, não que não possa
Seremos o samba, faremos a bossa,
Assim, nunca mais nos sentiremos sós
E se os astros depuserem contra nós
A gente faz uma constelação só nossa.
Pedro Torres
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
O amigo 'cafajeste'!
Toda mulher devia saber que vez por outra vai precisar de um amigo cafajeste. Daqueles sujeitos que ficam na moita, esperando a presa passar pra ele dar o bote. Um 'fura olho' a espera de um vacilo do colega!
Assim, quando se decepcionasse com alguém, o amigo cafajeste estaria lá, pronto pra concordar com cada palavra que ela dissesse.
Ela: Imbecil.
Amigo cafajeste: É um inútil.
Ela: Idiota.
Amigo cafajeste: Completamente idiota.
Ela: Um galinha, isso que ele é!
Amigo cafajeste: E põe galinha nisso. Sujeito sem escrúpulos!
Ela: Eu preciso de alguém que me compreenda.
Amigo cafajeste: E que lhe dê carinho, atenção, respeito. Tudo que você merece!
Ela: Eu preciso de um amor de verdade.
Amigo cafajeste: Você precisa de alguém que esteja sempre ao seu lado, que te dê a mão e te convide pra jantar.
Ela: Mas onde vou arrumar alguém assim?
Amigo cafajeste: Não faço ideia, mas, essa conversa deu uma fome. Você não quer sair para jantar?
|haha
Pedro Torres
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domingo, 21 de outubro de 2012
Panos
No mote da poetisa Mariana Teles, eu disse:
Não há amor que eu me arrependa
De uma vírgula sequer do que amei;
Os farrapos dos sonhos que sonhei
São as tiras inconsúteis da fazenda
Que um dia, sem nódoas, sem emenda,
Enfeitou um palácio em minha mente
Mas a sorte cruel, inconsequente
Teceu planos diferentes no lugar
'Que um pedaço da alma quer chorar'
No caminho da volta de um repente
Pedro Torres
Não há amor que eu me arrependa
De uma vírgula sequer do que amei;
Os farrapos dos sonhos que sonhei
São as tiras inconsúteis da fazenda
Que um dia, sem nódoas, sem emenda,
Enfeitou um palácio em minha mente
Mas a sorte cruel, inconsequente
Teceu planos diferentes no lugar
'Que um pedaço da alma quer chorar'
No caminho da volta de um repente
Pedro Torres
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Reconstrução
Eu construí um castelo
Todo feito de palavras
Mas, ouvi de tuas lavras
Um discurso lindo e belo.
Ele enfraqueceu o elo
Que havia entre elas
Com tuas palavras belas
Mataste o que não podia
E eu fiz uma poesia
Do resto que sobrou delas
Pedro Torres
Todo feito de palavras
Mas, ouvi de tuas lavras
Um discurso lindo e belo.
Ele enfraqueceu o elo
Que havia entre elas
Com tuas palavras belas
Mataste o que não podia
E eu fiz uma poesia
Do resto que sobrou delas
Pedro Torres
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sábado, 20 de outubro de 2012
Dimas e Otacílio Batista
Dimas Batista cantado com Otacílio, recebeu um mote por telefone, no ar, em um programa de rádio em Caruaru.
Mote:
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor.
Saíram vários versos dos dois, mas, na lata, Dimas disse:
Eu te vi, tu me viste, nós nos vimos,
Eu te amei, tu me amaste, nos amamos,
Eu te olhei, tu me olhaste, nos olhamos,
Eu sorri, tu sorriste, nós sorrimos,
eu senti, tu sentiste, nós sentimos
Os encantos de um sonho promissor.
Encontrar-te ao meu lado, aonde eu for,
É da vida a ventura que mais quero.
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor!
Poeta Dimas Batista. Caruaru, 1958.
Nesse mote nós dissemos:
Todas juras-promessas que te fiz
De amar-te por toda eternidade
Resistiram aos sopapos da saudade
Hoje és a promessa que mais quis
É a luz que ilumina e faz feliz
Linda flor do jardim, de mais olor
És do sol da manhã, todo esplendor
Se te quis, vou querer e inda quero
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor!
Amar-te de outro jeito eu não sei!
Não conheço existir outra maneira
Que vivermos amor a vida inteira.
Por estradas desertas eu caminhei
Bem na curva do caminho, te esperei
Decorando o cenário pra compor
Um poema na vida do escritor.
Te esperei, esperaria , e, 'inda' espero
Pedro Torres
Eu não meço distância nem barreira
Preocupada não fico, te espero
Eu te sinto, te gosto e te quero
No país do amor és a bandeira
Na descida das águas, cachoeira
Derramando teu mel na minha flor
E fazendo teus olhos beija-flor
Pra tocar meu sorriso mais sincero
Eu te amo, te prezo, te venero
Nem a morte separa nosso amor
Poetisa Mariana Véras
Mote:
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor.
Saíram vários versos dos dois, mas, na lata, Dimas disse:
Eu te vi, tu me viste, nós nos vimos,
Eu te amei, tu me amaste, nos amamos,
Eu te olhei, tu me olhaste, nos olhamos,
Eu sorri, tu sorriste, nós sorrimos,
eu senti, tu sentiste, nós sentimos
Os encantos de um sonho promissor.
Encontrar-te ao meu lado, aonde eu for,
É da vida a ventura que mais quero.
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor!
Poeta Dimas Batista. Caruaru, 1958.
Nesse mote nós dissemos:
Todas juras-promessas que te fiz
De amar-te por toda eternidade
Resistiram aos sopapos da saudade
Hoje és a promessa que mais quis
É a luz que ilumina e faz feliz
Linda flor do jardim, de mais olor
És do sol da manhã, todo esplendor
Se te quis, vou querer e inda quero
Eu te amo, te prezo, te venero;
Só a morte separa o nosso amor!
Amar-te de outro jeito eu não sei!
Não conheço existir outra maneira
Que vivermos amor a vida inteira.
Por estradas desertas eu caminhei
Bem na curva do caminho, te esperei
Decorando o cenário pra compor
Um poema na vida do escritor.
Te esperei, esperaria , e, 'inda' espero
‘Eu te amo, te prezo, te venero
Nem a morte separa o nosso amor’
Pedro Torres
Eu não meço distância nem barreira
Preocupada não fico, te espero
Eu te sinto, te gosto e te quero
No país do amor és a bandeira
Na descida das águas, cachoeira
Derramando teu mel na minha flor
E fazendo teus olhos beija-flor
Pra tocar meu sorriso mais sincero
Eu te amo, te prezo, te venero
Nem a morte separa nosso amor
Poetisa Mariana Véras
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
De repente
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Do Poetinha Vinicius de Moraes
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Do Poetinha Vinicius de Moraes
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Reserva
Vê-se imerso em segredo
O poeta quando ama
Pra preservar sua dama
Guarda o seu nome o aedo
Amando sem sentir medo
Bem se entrega de verdade
E pede: por caridade,
Ame muito e queira bem.
Sem poder dizer de quem
É triste sentir saudade
Ame a pessoa mais bonita
Espere o que se constrói
Que o ácido tempo corrói
A essência de alguém
Por amar e querer bem
Sem gozar da liberdade
Não há razão pra se esconder
Antes de encontrar você
Meu coração tava aflito
Mas, um proceder restrito
De alguém que ama alguém
Pra zelar o querer bem
Esconde a linda verdade
Pedro Torres
Mote do poeta Jânio Leite, invertido na primeira estrofe.
O poeta quando ama
Pra preservar sua dama
Guarda o seu nome o aedo
Amando sem sentir medo
Bem se entrega de verdade
E pede: por caridade,
Ame muito e queira bem.
Sem poder dizer de quem
É triste sentir saudade
Quer saber o quanto dói
Uma saudade infinitaAme a pessoa mais bonita
Espere o que se constrói
Que o ácido tempo corrói
A essência de alguém
Por amar e querer bem
Sem gozar da liberdade
"É triste sentir saudade
Sem poder dizer de quem"
O amor é algo tão bonito
Não há razão pra se esconder
Antes de encontrar você
Meu coração tava aflito
Mas, um proceder restrito
De alguém que ama alguém
Pra zelar o querer bem
Esconde a linda verdade
É triste sentir saudade
Sem poder dizer de quem
Mote do poeta Jânio Leite, invertido na primeira estrofe.
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Prece à colibri
Não vai
agora, fica um pouco mais...
Escuta a paz
que se aproxima de ti.
Que removerá
todos aqueles ais
E te soará
como o canto da colibri.
Que te
deixará desconcerta, sem graça
Como se sem
graça, um dia, pudesses ficar
Não liga,
tudo isso num instante passa
Abre a
janela, pois, e deixa o amor entrar.
Quem sabe o
conforto que hás de sentir
Seja tão imenso
quanto o teu coração espera
Quem sabe, enfim, terá chegado a primavera
E florirá,
tudo o que sonhavas florir.
Quem sabe o
amor te tome, de tal maneira
Que não
fique noite sem estrela
Nem céu azul
na manhã mais verdadeira
Que tu não querias sentir, tocar, e tê-la.
Fica bem.
Pedro Torres
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Solo
Dia desses, proseando com uma pessoa no Facebook até altas horas da madrugada, senti que algo me foi tomado de súbito quando a hora se passou sem que eu notasse, até fugindo da normalidade e, 'repentinamente', o colóquio chegou ao fim.
O galo cantava quando terminou o papo, a passarada dava os primeiros sinais de vida e o céu começava a clarear.
Busquei ainda encontrar algo que me livrasse da solidão que sentia naquele instante ou um alento pro meu coração poeta e encontrei um mote do poeta Henrique Brandão, e pude redigir essas linhas, quando disse:
O frio tomou a praça
Que anjos faziam festa
O galo cantou seresta
Pra mostrar o tempo passa
E com cristalina taça
Celebramos a união
De um, mais outro, coração.
Onde o amor quedou silente
Quer conhecer a paixão
Conheça a história da gente.
E foi assim que meu dia terminou.
Pedro Torres
O galo cantava quando terminou o papo, a passarada dava os primeiros sinais de vida e o céu começava a clarear.
Busquei ainda encontrar algo que me livrasse da solidão que sentia naquele instante ou um alento pro meu coração poeta e encontrei um mote do poeta Henrique Brandão, e pude redigir essas linhas, quando disse:
O frio tomou a praça
Que anjos faziam festa
O galo cantou seresta
Pra mostrar o tempo passa
E com cristalina taça
Celebramos a união
De um, mais outro, coração.
Onde o amor quedou silente
Quer conhecer a paixão
Conheça a história da gente.
E foi assim que meu dia terminou.
Pedro Torres
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Iluminar
Quero um mundo inteirinho teu...
Que me rouba a paz, a calma,
A paciência, os olhares, e todo meu ar.
No silêncio que antecede o beijo...
Sentir o calor e o teu desejo,
Ouvir o som, aquilo bom, e te abraçar.
Decorar o teu olhar e a tua fala,
Os teus gestos, e de nada mais lembrar...
Perder o tino e, em desatino, sentir-se à toa
Dar as mãos, viajar bem longe, ficar numa boa.
Rir dos ciúmes, dos cheiros, dos perfumes e de tanto pudor;
Amar sem queixumes, contar vaga-lumes e morrer de amor.
Pedro Torres
Que me rouba a paz, a calma,
A paciência, os olhares, e todo meu ar.
No silêncio que antecede o beijo...
Sentir o calor e o teu desejo,
Ouvir o som, aquilo bom, e te abraçar.
Decorar o teu olhar e a tua fala,
Os teus gestos, e de nada mais lembrar...
Perder o tino e, em desatino, sentir-se à toa
Dar as mãos, viajar bem longe, ficar numa boa.
Rir dos ciúmes, dos cheiros, dos perfumes e de tanto pudor;
Amar sem queixumes, contar vaga-lumes e morrer de amor.
Pedro Torres
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terça-feira, 9 de outubro de 2012
Lagamar
Na casa que eu morei
Quando eu era criança
Tem as coisas que deixei
Pra viver só da lembrança
Mas eu tenho a esperança
De quem sabe num janeiro
Eu voltar pro meu terreiro
E na saudade dar fim
É que pai fez um jardim
Onde era o juazeiro.
Pedro Torres
Mote sacado pelo poeta Maurício Menezes, numa frase dita espontaneamente por Danilo Torres, meu irmão.
Quando eu era criança
Tem as coisas que deixei
Pra viver só da lembrança
Mas eu tenho a esperança
De quem sabe num janeiro
Eu voltar pro meu terreiro
E na saudade dar fim
É que pai fez um jardim
Onde era o juazeiro.
Pedro Torres
Mote sacado pelo poeta Maurício Menezes, numa frase dita espontaneamente por Danilo Torres, meu irmão.
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O país e a roseira
O País é uma roseira,
A pobreza é a raiz;
No trabalho é a primeira
Na sorte a mais infeliz...
A haste, a escadaria
*Por onde a aristocracia
Sobe os degraus a vontade;
Deputados, senadores,
Desta roseira são flores
Sem responsabilidade
A raiz desta roseira
Está no estrume enterrada;
Ali passa a vida inteira
Do mundo não goza nada;
As rosas estão em cima,
Arejadas pelo clima,
Cada qual quer ser mais bela
Mais garbosa, mais feliz,
Esquecidas da raiz
Que vivem à custa dela
Espinhos por guarnição
Ainda a roseira tem;
Eis os soldados que são
Guardas dos grandes também;
Negam ao pobre o que é propício,
Sujeito ao sacrifício,
Cumpridor do seu dever
Mas, por não ter ideal,
Termina no lamaçal
Uma vida sem viver...
Em seu silêncio profundo,
O pobre é quem está de pé;
Passando a vida no mundo
Sem saber o mundo onde é.
Lá solitário, sozinho,
Foi a base do caminho
Por onde o grande passou,
Esquecido, em bom lugar,
Em cima, sem perguntar
Quem para ali o levou.
Os votos da populaça,
O candidato a rogar...
A rosa esmola, por graça,
Água para não murchar;
Porém depois de votados
São para cima levados,
Ali ficam como quem
Subiu passo a passo, a esmo,
Conduzidos por si mesmo
Não devem nada a ninguém.
Proprietários da sede
Os grandes quando não são,
Estão como a rosa que pede
Água pra vegetação;
Depois de bem irrigada,
De flores bem enfeitada,
Deu-lhe o inverno a ação;
Adorna num apogeu,
Esquece de quem lhe deu,
Água quando era verão.
Poeta Antônio Marinho, o Águia do Sertão, ou Rei dos Cantadores (Filho, Aleixo – 1972)
*Esta frase não está publicada no livro, mas, é como a conheço.
A pobreza é a raiz;
No trabalho é a primeira
Na sorte a mais infeliz...
A haste, a escadaria
*Por onde a aristocracia
Sobe os degraus a vontade;
Deputados, senadores,
Desta roseira são flores
Sem responsabilidade
A raiz desta roseira
Está no estrume enterrada;
Ali passa a vida inteira
Do mundo não goza nada;
As rosas estão em cima,
Arejadas pelo clima,
Cada qual quer ser mais bela
Mais garbosa, mais feliz,
Esquecidas da raiz
Que vivem à custa dela
Espinhos por guarnição
Ainda a roseira tem;
Eis os soldados que são
Guardas dos grandes também;
Negam ao pobre o que é propício,
Sujeito ao sacrifício,
Cumpridor do seu dever
Mas, por não ter ideal,
Termina no lamaçal
Uma vida sem viver...
Em seu silêncio profundo,
O pobre é quem está de pé;
Passando a vida no mundo
Sem saber o mundo onde é.
Lá solitário, sozinho,
Foi a base do caminho
Por onde o grande passou,
Esquecido, em bom lugar,
Em cima, sem perguntar
Quem para ali o levou.
Os votos da populaça,
O candidato a rogar...
A rosa esmola, por graça,
Água para não murchar;
Porém depois de votados
São para cima levados,
Ali ficam como quem
Subiu passo a passo, a esmo,
Conduzidos por si mesmo
Não devem nada a ninguém.
Proprietários da sede
Os grandes quando não são,
Estão como a rosa que pede
Água pra vegetação;
Depois de bem irrigada,
De flores bem enfeitada,
Deu-lhe o inverno a ação;
Adorna num apogeu,
Esquece de quem lhe deu,
Água quando era verão.
Poeta Antônio Marinho, o Águia do Sertão, ou Rei dos Cantadores (Filho, Aleixo – 1972)
*Esta frase não está publicada no livro, mas, é como a conheço.
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Decanto de Poetas
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Prece antes de dormir...
não durmas triste,
não vale a pena o pranto
por acreditar-se só,
ou que os teus sonhos
tenham-se quedados esquecidos..
mas, antes, silentes, adormecidos
à espera de o teu coração contente.
sorri, e oferta teu lado mais gentil
ao passar do tempo
e à saudade que te fere.
acorda teus olhinhos para o amor divino
faz graça dos percalços, pois não duram
empresta ao dia a companhia do teu sorriso
e busca a felicidade nas coisas simples.
valoriza o abraço fraterno,
sê sincera e amorosa,
crê na vida antes do anoitecer
que o sol não tarda em volver.
se porventura uma lágrima te fugir
deixa esta prisioneira viver a liberdade de um instante.
acompanha o seu movimento por tua face
e alegra-se com o calor que te oferta.
pende teu cabelo ao vento,
permite à tua mão,
de palmas às escâncaras,
que toquem as manhãs todas desta primavera.
sente o perfume das flores,
o frio da madruga,
segue a um lugar tranquilo...
ao abrigo da luz divina.
o cheiro da maresia da praia;
brinca com as espumas das ondas.
toca a bruma; pisa a areia branca;
fecha os olhos e dorme.
ao acordar leve, lembras: a tua existência
é a razão de muitos, e de Deus.
fica bem
Pedro Torres
não vale a pena o pranto
por acreditar-se só,
ou que os teus sonhos
tenham-se quedados esquecidos..
mas, antes, silentes, adormecidos
à espera de o teu coração contente.
sorri, e oferta teu lado mais gentil
ao passar do tempo
e à saudade que te fere.
acorda teus olhinhos para o amor divino
faz graça dos percalços, pois não duram
empresta ao dia a companhia do teu sorriso
e busca a felicidade nas coisas simples.
valoriza o abraço fraterno,
sê sincera e amorosa,
crê na vida antes do anoitecer
que o sol não tarda em volver.
se porventura uma lágrima te fugir
deixa esta prisioneira viver a liberdade de um instante.
acompanha o seu movimento por tua face
e alegra-se com o calor que te oferta.
pende teu cabelo ao vento,
permite à tua mão,
de palmas às escâncaras,
que toquem as manhãs todas desta primavera.
sente o perfume das flores,
o frio da madruga,
segue a um lugar tranquilo...
ao abrigo da luz divina.
o cheiro da maresia da praia;
brinca com as espumas das ondas.
toca a bruma; pisa a areia branca;
fecha os olhos e dorme.
ao acordar leve, lembras: a tua existência
é a razão de muitos, e de Deus.
fica bem
Pedro Torres
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quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Joia rara
Parece dois diamantes
Brilhando igualmente a lua
Quando os encontro na rua
Noto eles radiantes
Vou lembrando dos instantes
Que você me olhou sorrindo
Eram flores se abrindo
Em seus olhos acastanhados
Vi dois brilhantes cravados
Num rosto moreno e lindo.
Uma joia rara, garimpada numa mina de poesia pela poetisa Lucélia Santos
Brilhando igualmente a lua
Quando os encontro na rua
Noto eles radiantes
Vou lembrando dos instantes
Que você me olhou sorrindo
Eram flores se abrindo
Em seus olhos acastanhados
Vi dois brilhantes cravados
Num rosto moreno e lindo.
Uma joia rara, garimpada numa mina de poesia pela poetisa Lucélia Santos
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Decanto de Poetas
Imigrantes
"Com desgosto cortando o coração
Todo dia assisto achando ruim
Vendo os ônibus da Itapemirim
Carregar os heróis do meu Sertão
Que por falta de chuva, emprego e pão
Deixam filhos, esposa, irmãos e pais
E vão embora, viver nas capitais
Onde às vezes pioram as suas crises
Poucos deles conseguem ser felizes
Muitos deles nem podem voltar mais..."
Poeta João Paraibano
Todo dia assisto achando ruim
Vendo os ônibus da Itapemirim
Carregar os heróis do meu Sertão
Que por falta de chuva, emprego e pão
Deixam filhos, esposa, irmãos e pais
E vão embora, viver nas capitais
Onde às vezes pioram as suas crises
Poucos deles conseguem ser felizes
Muitos deles nem podem voltar mais..."
Poeta João Paraibano
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Decanto de Poetas
Insone
Encantam-me as palavras
Adornam-me os verbos
Os meus poemas...
Roga-se às letras
O condão das lavras
Redescobertas.
Completa-me o vazio
Encho-me da ausência
Em meu canto.
Inquieta-me a completude
Fragmentos inteiros
Reatam.
Pende-se ao silêncio
À noite inquieta
E resta acordada.
Pedro Torres
Adornam-me os verbos
Os meus poemas...
Roga-se às letras
O condão das lavras
Redescobertas.
Completa-me o vazio
Encho-me da ausência
Em meu canto.
Inquieta-me a completude
Fragmentos inteiros
Reatam.
Pende-se ao silêncio
À noite inquieta
E resta acordada.
Pedro Torres
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