E expulso do
peito um verso
É que bem antes vejo a calma
Desse mundo tão perverso.
O avoo da andorinha
A agouro do bem-te-vi
O céu
vermelho da tardinha.
Os gemidos
do solo seco
A boca cálida
de reza
Do cálice
que a gente preza
Ébrio caído em beco!
Então tudo
Lhe negaram
Dos pecados
todos vossos
E as
andorinhas voltaram
Expondo os vossos ossos.
Eis o vento
no telhado
Espanando a
areia fina
Fazendo graça
co'as folhas
Deixando o
ar mais gelado
Trazendo o furor
da neblina
Sem saída
que se escolha....
Ficou,
então, o vento mais forte
E fez barulho
na palmeira
Eu vi corisco
pro norte
Na redenção
primeira...
Um recado?! Não sei se posso...
Escapam-me todas as rimas
Embaralhando essas linhas
Nos versos
que ora traço.
Veja lá por
você mesmo
Deixe cantar
o caçote
Não ligue, prepare o pote
Que é noite
de trovoada...
Em vinte e três
de Maria,
Dias do teu balaio.
Pedro Torres