Quando um dia, poeta, não puderes
Externar esse canto que insinuas
Quando a ausência de todas as mulheres
Encher de tédio a solidão das ruas
Quando o tempo passar, e tu morreres
E o povo recitar as canções tuas
Quando a cinza dos versos que escreveres
Vestir de chama as consciências nuas
Quando chegar o fim das tuas metas
Quando faltar a todos os poetas
A inspiração constante que te ocorre
Quando a taberna não tiver mais vinho
Teu violão há de chorar sozinho
Essa morte incomum de quem não morre.
Poeta Dimas