Confio às colunas deste edifício
O tempo, a honestidade, a fama.
Pois, não me custa morrer a míngua.
Se ao quedar inerte mostrar-te a língua
A libra, a improbidade, a tua lama.
E se reto fosses ao fim do início
E fui ao longe trabalhar outra ideia
Voltei com alguns calos e um plano
Armar a tenda pra nossa grande plateia
Da geração que plantaremos ano a ano
Por ti lutei com feras selvagens
Deslumbrei-me com lindas paisagens
E vi a luz desaparecer ao entardecer
De o tal crepúsculo, a morte do dia...
Também o tempo se fez ausente
Foi quando te senti presente
E o espaço insuficiente
Pra o poeta amar eternamente
Cada falta tua e cada volta
Cada falha nossa e o recomeço
Essa dor que o tempo transporta
À saudade que o coração suporta.
Pedro Torres