Sou o canário cantando atrás da grade
Venho hoje pedir cá da cidade
O cajado do mestre conselheiro
Minha mente jamais esquece o cheiro
D’uma chuva molhando a terra quente
Lavadeira lavando a dor da gente
Preta velha abanando o fogareiro
Pai Tomás acendendo o candeeiro
No momento que o Sol toca o poente

Toda minha visão é catingueira
Minha sede é de água de quartinha
Sou um fantasma das casas de farinha
Sou um pedaço de vida em fim de feira
A bala que tem mira certeira
Um cordel de palavra incandescente
Sou a presa afiada da serpente
Que cochila nos pés do cangaceiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Poeta Lirinha (José Paes Lira)
A bala disparada deixa o rastro,
ResponderExcluirInvisível da sua covardia...