Mesmo que tranque
Os portais do mundo
Não vislumbrando
O crepúsculo das
Tenças auroras,
Vou rompendo prantos.
Descerei numa fingida
Indiferença de cânticos,
Até que teu corpo
Rompa arfante e belo,
Pela vereda iluminada
Dos teus flancos aparentes.
Transvisto o anjo obsceno
Mergulhando no ofício do ímpio.
Disperso um pensar, um olhar, um gesto.
Sou reverso do que já fui e não sou mais.
Meu corpo é uma ruína do passado, sem beleza,
Acobertando uma ardente ousadia.
Minha silhueta e a tua se confundem,
Num turbilhão de sons e sombras.
És a fêmea da cultivada alegria carnal;
Sou o macho singular tangendo êxtases.
Debruçado na ânsia de uma agonia
Vou profanando tuas entranhas.
Meu conflito é eterno,
Pois não consigo expulsar a volúpia.
Sou o fracasso aniquilado
Sem sonhos ou rebeliões,
Num ritual de esquecimento,
Condenando a grotesca máscara do ser.
Josimar matos