Está chovendo em meu roçado
Que beleza, tá alegre a natureza
E você lá distante altas Serras
Eu não me esqueço, um só segundo
Da água doce, já tornei
E acredite eu conheço bem a fonte
Sem ver a aurora um horizonte
Sem poesia...
Poeta, venha pra cá
Traga essa sua alegria
Cantar cantigas de amor
Que o sertão está no cio
Querendo ser fecundado
Deixe na terra
Um copo
Uma saudade
Que reviver a Volante...
É embriagar-se de felicidade
Siga os ventos soprando cá do norte
Trazendo chuvas, esperança e boa sorte
Confortando o coração desse poeta
E permaneça até chegar a boa morte
Sua poesia aqui terá mais fuga
Deixe pra trás essa sua solidão
Venha cá alegrar a mocidade
Experimentar o sabor dessa cidade
Salvador de um nobre coração
Mando a chave da porta da minha casa
Junto dela um abraço bem fraterno
Vista uma roupa bem simples
Que aqui não precisa disso não
Calce a sandália, bote o chapéu de couro
Pegue a sanfona, bote dentro do matulão
Arouche o nó, pegue a estrada, venha simbora
E estrada afora, traga pouco do sertão
Limpe as vozes daquela menininha
Safoninha choradeira do arrebol
Com saudade da terrinha ela não chora
E como as águas do rio Pajeú
Venha simbora adocicar o mar
Pedro Torres
(Em construção, à quatro mãos...)