Tuas pausas me doem
O teu silêncio, abrupto.
Do silêncio meu, corrupto.
Não estar ao teu lado
Não é o que me importa
É quando fecho a porta
E penso no telefone, em te ligar
E saber de ti, e não o fiz
Não foi preciso e talvez devesse
E me doeu, devidamente
Realista, concreto, matéria egoísta!
Como só tu aceitas
E detestas um beijo na testa,
Um abraço demorado,
Um beijo molhando, até o êxtase!
O ir à nuvens em um veículo,
Pés no chão, Sim senhora!
Ser o teu primeiro e derradeiro
Por ser o Único, princípio.
Honra o espírito
Que da carne já comi
E estou cheio Dele
E somos um só, desde então.
Aquele descançarmos após as ironias
Dos deliciosos desafios intelectuais
Das descobertas individuais
Descobertas debaixo das cobertas
Dos vendavais debaixo dos lençóis
A que seríamos arremessados, inevitavelmente
Quando nos uníssemos cósmicos, cosmopolitas...
Amor de galáxias em expansão
Surgir de constelações, vida e luz.
Encontro de corpos celestes
Autorizados pelo Mestre,
Que rima.
E depois que tudo se assenta
E nos damos conta
Do que somos e a que viemos
E o ainda recente intante momento
Que passamos juntos, e não cessa
Foi breve demais e nada foi em vão
É quando cansamos das brincadeiras
De nos amarmos com pedradas
Pedras de enigmas nossos
Alheios e abstratos, retratos
De um presente inacabado
E um futuro que fabricamos
Imaginário e demasiadamente forte
A nossa sorte, alheia a nossa vontade
Vivamos pois a verdade
Desses pequenos instantes
Quando realizamos as melhores
Idéias em nossos planos
Saber que não estás só. (
Seria talvez o meu recado
E o meu próprio remédio
Minha pílula diária de felicidade
Se montássemos imaginária cidade
E de concreto a erguêssemos à nossa frente
Polindo a palavra amor em nossa mente
Que eu julgava conhecer e tu repudias
Viver à noite, sonhar o dia
E à tarde, fazer poesia
Quando nos encontraríamos?
Pra sermos felizes...
Onde seria o nosso lugar? E a cor favorita tua, qual é?
Tuas mãos, tua boca, teus cabelos, teus olhos
Tu tudo! Um batuque de samba bem brasileiro...
Curvas perfeitas
E me transporto...
Fico contigo um pouco
Dou-te um pouco de mim
Que eu conheço tua tristeza
Que você é realeza
E ninguém te descobriu assim
Mas eu te sei e não te esconderei, e te encontraria
Na mais remota letargia, na escuridão vazia
Jamais imaginei que te encontrarias em mim
Alegra-te, porque eu te menti
E devo confessar que dessa vez
E devia ter-te dito, e não disse
Tá doendo mais que de costume...
Secreta e frequentemente, em nós...
Coloca uma blusa preta,
De luto por aqueles que pensam pouco
E fazem pouco dos que pensam muito
E vai à luta, à rua, mas não fica nua
Não desnuda teus pensamentos, à toa!
À noite é boa e fria, ungida e alegre
Porque o artista que tá la fora
Namora a lua, que não demora
Cante uma cantiga, toca a tua alma
Encontre uma amiga, que te dá calma
Nem que seja uma bebida
Uma ideologia barata
Embalada em um saco plástico...
Temporário, mas guarda o recipiente
E joga na lixeira, reciclável!
Evita a culpa do dia seguinte...
Pedro Tores