Eu sou o problema doido
A cura do fato novo
Eu sou é o povo.
Da minha festa ninguém sabe
Poeta das palavras ásperas
Em certos ouvidos.
Para outros o grito
De liberdade e ação
Não só de pão, vivo.
Acredito na felicidade
Como direito de todos
Da cidade.
Pobre do Rico e do São
Que não recebeu o perdão
Jesus veio para os 'doentes'.
E crentes, quem não o são?
Os que se fazem dormentes,
E tapam os ouvidos!
O tumulto da Feira
Que já não sobreviveu
À falta de mercadoria.
Da poesia que falta
No esturricado Ser
Do Sertão.
A dor que não se sente
Em época de eleição
Do traído e abandonado.
Sou a criança faminta
No dia da criança
Festa de apartação.
O afeto do neto
De João e Josefa
Filhos do Coração.
Imaculada Conceição
A virgem da procissão
Da igreja patrocinada.
Dos poderosos o medo
De revelar o segredo
De viver sem um enredo.
Embalado numa rede
De grande balançar
Aprender a amar, O Ser tão...
A som do chocalho
Do bode fugitivo
Das garras da traição.
O marginal disfarçado
Desprezado e misturado
Com o povão.
A voz que ninguém cala
A chama que não se apaga
Paixão.
Pedro Torres